sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Falando sobre Brinquedos e Brincadeiras

Sabemos que criança sempre procura um jeito de brincar. Algumas pessoas e estudiosos do assunto dizem que a criança já nasce sabendo brincar e outros dizem que a criança aprende a brincar. Eu aceito as duas opiniões: há um instinto que nasce com a pessoa para o brincar e também aprendemos as brincadeiras da cultura em que vivemos. Para o bebê o primeiro “brinquedo” é o próprio corpo e o da mãe. Mas para mexer com os objetos, brincar é dar um sentido à brincadeira, várias coisas precisam ser ensinadas.

Hoje em dia a longa jornada de trabalho da mãe e do pai, a violência principalmente nas grandes cidade, a falta de saneamento e limpeza das ruas e as novas tecnologias afetaram o modo de brincar das crianças. Sem poder ir para a rua, elas ficam muito tempo dentro de casa, e assim o espaço é limitado e o número de crianças também.

As crianças de hoje das cidades têm muito pouco contato com a natureza. É ao ar livre que a criança tem momentos de participação livre e ativa, nos quais ela tem oportunidade de tomar a iniciativa, viver situações que ela mesma escolhe como subir em árvores, pular obstáculos, pisar na terra, brincar com água. Brincando juntas as crianças podem vivenciar diferenças de todo tipo, cada criança pode compreender seu lugar no grupo, perceber suas habilidades, sua força, seus limites e também os das outras crianças.

A inexistência desses espaços faz com que as crianças fiquem privadas de situações de vida ricas e estimulantes que promovem seu desenvolvimento. Também com a falta de tempo dos pais, algumas brincadeiras vão sendo cada vez menos lembradas como as cantigas de roda, que eram passadas de uma geração para outra.

Por tudo isso, o desafio da Pastoral da Criança é criar momentos para que as crianças possam brincar juntas, em liberdade vigiada e ao ar livre. É preciso que as comunidades se mobilizem e juntas consigam espaços apropriados para que nossas crianças possam brincar e aprender desde cedo a importância da organização, mobilização e sociabilização comunitária.

Márcia Mamede
Assistente Técnica da Pastoral da Criança

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